PARTE I
Esta é a história de três irmãos que gostavam muito de caçar,
pescar e cozinhar. Por isso, estavam sempre envolvidos em grandes
e intensas aventuras, terrestres e aquáticas, à descoberta de novos
ingredientes e receitas maravilhosas.
Um dia, quando passeavam num terreno que os seus pais lhes
ofereceram, perto de um cais muito, muito antigo, depararam-se
com um misterioso barracão.
Por fora, era um barracão muito bonito, mas foi quando entraram
lá dentro que sentiram a verdadeira magia e beleza daquele lugar.
Parecia abandonado. Estava bastante desarrumado, com tachos
e panelas espalhados por todo o lado, utensílios de cozinha numa
dança desconcertada e mesas e cadeiras amontoadas num cenário
de guerra que, no entanto, pressupunha uma certa harmonia.
Existia um certo equilíbrio cósmico naquele caos. Como se
um dia algo de incrível tivesse acontecido ali.
Ou estaria para acontecer?
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PARTE II
E, num rodopio suave, mas determinado, o Génio voltou para
dentro do caldeirão. Os três irmãos estavam incrédulos. Por um
lado, não queriam acreditar no devaneio mágico que tinham acabado
de viver, se é que tinham realmente vivido aquilo e não estivessem só,
os três, loucos ou a sonhar. Por outro, a ser verdade, não podiam deixar
voar a oportunidade de mostrar a sua coragem e competência, indo
em busca da grande Enguia Dourada mas, principalmente, de
descobrir as receitas e segredos culinários do génio.
Assim, rapidamente traçaram um plano e se prepararam para
a viagem. Lançaram-se à Velha Ria a bordo de um robusto barco
Moliceiro, em direcção à zona onde, dizia-se por aí, vivia o gigantesco
e assustador animal.
A grande Enguia Dourada, ludibriada pelo isco que os irmãos lhe
prepararam, não tardou a aparecer.
PARTE III
E, num rodopio suave, mas determinado, o Génio
voltou para dentro do caldeirão. Os três irmãos estavam
incrédulos. Por um lado, não queriam acreditar no devaneio
mágico que tinham acabado de viver, se é que tinham realmente
vivido aquilo e não estivessem só, os três, loucos ou a sonhar.
Por outro, a ser verdade, não podiam deixar voar a oportunidade
de mostrar a sua coragem e competência, indo em busca da
grande Enguia Dourada mas, principalmente, de descobrir
as receitas e segredos culinários do génio.
Assim, rapidamente traçaram um plano e se prepararam
para a viagem. Lançaram-se à Velha Ria a bordo
de um robusto barco Moliceiro, em
PARTE IV
Essa foi a parte fácil. Difícil foi caçá-la. Passaram-se horas,
talvez dias, e os irmãos foram obrigados a reunir toda a coragem,
perícia e dedicação dos três para derrotar o animal e vencer
o desafio. Apenas juntos conseguiriam e
juntos permaneceram.
Quando regressaram ao Barracão com a Grande Enguia
Dourada, o génio recebeu os três irmãos com um
visível sorriso de satisfação.
PARTE V
O Génio, percebendo que o objectivo tinha sido
cumprido, disse aos 3 irmãos: – Estou impressionado.
Mostraram-se dignos de conhecer os meus segredos e
receitas. Como prova do meu apreço pela vossa coragem,
vou também restaurar o Barracão, torná-lo maior e ainda
mais esplenderoso, para que possam receber todas as
pessoas que queiram provar os maravilhosos pratos
que, com os meus preciosos segredos,
irão preparar.
E, de facto, o génio sorriu e, com um engenhoso
movimento de braços, pôs tudo a rodopiar, debaixo
de um grande clarão. Em minutos, o Barracão, outrora
mais pequeno, desarrumado e abandonado, ficou como
novo, muito belo e ainda mais mágico.
PARTE VI
No novo Barracão, o Génio ensinou os três irmãos a
cozinhar a sua Caldeirada de Enguias, a melhor
que alguma vez provaram.
Tornaram-se, os quatro, grandes amigos e ainda hoje
o génio presenteia os irmãos, regularmente,
com novas receitas e outros segredos.
PARTE VII
Os irmãos, por sua vez, brindam todos os visitantes
d’O Barracão com as suas receitas, as suas histórias e,
claro, toda a magia daquele lugar.